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28 de Outubro de 2006

A boa convivência exige atenção ao outro e capacidade de perdoar. Na convivência do dia-a-dia, é praticamente impossível aos parceiros esconder-se atrás de máscaras. Características boas e ruins acabam aflorando e é importante que ambas as partes estejam dispostas a encará-las com generosidade e compreensão. Deixar de lado as idealizações e treinar o perdão são atitudes muito importantes para quem quer dividir a vida com alguém.
Estamos tão acostumados a lidar com as dificuldades inerentes às relações que muitas vezes não percebemos o lado bom de viver com alguém. Por isso, àqueles que só sabem lamentar o que falta em seu casamento, costumo contar uma historinha simplória que serve como metáfora. Imagine que uma pessoa vai à loja, escolhe, escolhe e compra uma muda de pimentão. Depois, volta para casa, planta o vegetal e espera, inutilmente, que produza tomates vermelhos. Como isso não acontece, passa a maldizer o pobre vegetal. Depois de muito sofrer, consulta um especialista. Este lhe ensina a adubar, podar, fazer enxertos e regar a planta. Diz ainda que ela precisará sempre de cuidados e atenção e que, se isso lhe for dado, poderá, sim, produzir muitos pimentões, até pimentões vermelhos, mas tomates, jamais. Tomates não têm como nascer daquela planta e é preciso que o seu cultivador se conforme com essa realidade.
Assim também devem ser encaradas as partes envolvidas numa relação amorosa: plantas que podem dar frutos vistosos, se bem cuidadas, e dos quais cada parceiro precisa ter a disposição de experimentar, gostar, aproveitar, ainda que não sejam exatamente como foram imaginados. A verdade é que na intimidade não há como manter máscaras. Elas caem rapidamente, deixando à mostra o que temos de pior e também de melhor. Precisamos, pois, aprender a encarar as dificuldades que surgem na interação com o outro e desenvolver a sensibilidade para apreciar características novas e interessantes dele que, no contato diário, vêm à tona.
Esse exercício tende a elevar a relação a um nível mais alto de qualidade. O bom-humor de uma das partes do casal pode, por exemplo, ser muito bem-vindo se, em lugar de irritar a outra parte, puder ser encarado como algo que traz leveza à relação. Muita gente só vai perceber isso depois da separação.
Quem está disposto a gozar realmente a relação também precisa compreender as expectativas do companheiro. Só para ilustrar: todos nós temos uma lista de atitudes que consideramos como provas de amor -- e adoramos quando nosso parceiro ou parceira as toma! Mas será que sabemos o que ele ou ela acredita que seja uma prova de amor? Qual é a lista de atitudes que está esperando de nós? Na maioria das vezes em que pergunto isso aos casais, eles não sabem responder. Alguns até pensam saber; porém, no momento de checar com o outro, ficam espantados por se descobrirem muito longe da realidade. Isso é uma pena, pois quando compreendemos o que vale como um sinal de amor para o nosso parceiro, abrem-se muitas possibilidades de comportamentos dos quais podemos lançar mão se realmente queremos demonstrar o quanto o amamos.
Por fim, precisamos desenvolver a capacidade de perdoar, o que não é nada fácil. Para conseguí-lo, antes de tudo temos de passar por cima das idealizações que temos em relação ao parceiro. Elas nos levam a esperar comportamentos que ele, ou ela, não tem condições de assumir, o que desencadeia mágoas e tristezas. Nesse campo minado, fica difícil o treino do perdão. Tal treino pressupõe a paciência de esperar passar um tempo toda vez que forem abertas feridas por conversas, ações ou omissões. Enquanto esperamos a raiva passar e a cicatriz se formar, vamos assimilando e admitindo as imperfeições do outro. Algumas vezes, a simples disposição de oferecer um abraço, um colo, em lugar de questionar e cobrar, não só nos leva a superar uma crise, mas também a aprender com ela. Aprende-se a convivência. O afeto é um aliado nesse processo e deve ser usado. Associado ao perdão e à disponibilidade de ver de verdade o outro, ele nos leva a usufruir melhor da delícia de ter alguém com quem dividir as alegrias do cotidiano e aplacar as ansiedades da vida.

Texto publicado na revista CARAS por Solange Maria Rosset, psicóloga e terapeuta





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