25 de Junho de 2009
Quando a gente era menor, de idade, não de tamanho, a turma do último ano da faculdade era ótima. Dentre as meninas lindas (sim, elas existem na Engenharia), tinha lá a Fabi, paixão do meu amigo Cléber.
E no dia-a-dia, o Cléber se declarava pra Fabi, que o ignorava sem dó. E, querendo ou não, isso mantia a turma junta, porque cada um mantinha sua individualidade...
Eu mesmo às vezes dava uma força: "Ah Fabi, dá uma chance pra ele". E ela retrucava: "Nunca. ele não faz o meu tipo!". Por vezes até ela mesmo cedia, dava-lhe um selinho ou um abraço mais carinhoso.
E então, perto do fim do ano, num dia qualquer, fui com a Fabi na Praça da Árvore, na loja de roupas da irmã do Cléber, encontrar com ele já nem sei o motivo.
Era natal, me lembro bem, porque justo nesse dia passou na rua o caminhão da Coca-Cola, com o Papai Noel distribuindo brindes! E nós, moleques de tudo, saímos correndo pra pegar uns souvenirs. E no meio do cooper descompassado a Fabi me disse:
- Queria te contar uma coisa, mas tem de ser segredo.
- Pode confiar em mim - respondi sem pestanejar.
- Eu o Cléber estamos namorando há muito tempo.
E ela continuou correndo atrás do caminhão. Eu não. Fiquei ali parado, estático. Primeiro pensei em quantos abraços mais fortes lhe dei ou quantas piadas sem graça lhe fiz - coisas que teria facilmente evitado se soubesse que eles estavam juntos.
Depois, comecei a me achar um idiota, ali mesmo parado na rua. Sem saber como, mas eles conseguiram me enganar por tanto tempo...
Querendo ou não, depois ela me explicou o óbvio. A estranha decisão deles manterem as coisas em segredo, foi super importante pra que nos tornássemos os amigos que fomos.
No fim das contas percebo, hoje, que aquele meu sentimento todo era orgulho, deles, porque, até hoje, eles fizeram uma coisa que talvez eu nunca fosse capaz de fazer.
Eles se casaram no ano passado e eu estive lá pra prestigiar. Ano que vem vai fazer exatamente dez anos que isso tudo aconteceu. E em dez anos, outras tantas coisas aconteceram em nossas vidas que temos ficado um pouco longe.
Longe da parte física, pois constantemente me pego pensando nesse tempo maravilhoso.
E então, nunca é tarde pra dizer que os amo. Assim, exatamente como estou fazendo agora.
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